Quilombo Cafundó

Comunidade Quilombola Cafundó, localizado no município de Salto de Pirapora SP iniciou sua história na agricultura em 1876 por meio do ancestral Joaquim Manoel de Oliveira Congo, chegando este como escrevo, foi liberto e recebeu por parte do senhor da fazenda José Manoel de Oliveira, uma parte das terras, divididas entre quinze ex escravos.

Joaquim Congo se casou com Ricarda, tiveram duas filhas Antônia e Ifigênia mantendo se assim no local, fazendo um pedido, que nunca se desfizessem das terras, que não abandonassem a luta pela cultura trazida da África, sendo a maior riqueza a língua africana, o dialeto Cupópia ou falange originário da língua africana Kimbundu, da família banto, falada principalmente em Angola.

Quilombo Cafundó, serviu como inspiração para o filme Cafundó, dos diretores Paulo Betti e Clovis Bueno, mantendo se ainda na comunidade familiares de João de Camargo, ex escravo que ficou conhecido por sua fé e misticismo, sendo protagonista do filme produzido em 2005.

A comunidade teve seu território reconhecido pela FUNDAÇÃO ITESP e, em 2006, o INCRA reconheceu o território de Cafundó com 218,44 hectares.
O quilombo mantém parte da cultura através do artesanato, banho de ervas, incenso naturais, do jombo, toque do tambor, festa da Santa Cruz que é o misto da Igreja Católica a com a religião africana.

A agricultura local, anteriormente era de subsistência.

Apenas em 2012 com a concessão de uso da terra conseguiram plantar.

Desta forma, obtiveram acesso a Programas do Governo tais como: PPAIS (Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social); PAA (Programa de Aquisição de Alimentos e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), conseguindo assim transformar uma agricultura de subsistência em sustentável.

Atualmente possuem três estufas que produzem hortaliças, uma horta, um pomar que produz laranja, mexerica, limão, banana, manga e abacate e uma plantação de milho, feijão e mandioca, sendo amparados pela Associação Remanescentes de Quilombo Kimbundu do Cafundó, que através destes recursos mantém agricultores em outras áreas.

O Quilombo Cafundó possui 35 famílias que trabalham na produção de alimentos orgânicos, num período de ampla expansão do agronegócio, mantem suas origens com muita dedicação buscando a satisfação na sustentabilidade.

Sendo assim, agradeço imensamente a líder Regina Pereira, pela gentileza e receptividade em abrir as portas da comunidade, contar a história e toda a trajetória da agricultura de subsistência até se tornar sustentável.